No período em que o mundo celebra a campanha “Outubro Rosa”, que busca conscientizar mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, um ensaio fotográfico trouxe à tona a sensualidade de uma mulher que venceu a doença em Salvador. Sílvia Borges, de 41 anos, posou para as lentes de duas fotógrafas amigas, sem se preocupar com as cicatrizes obtidas há três anos, quando passou por uma cirurgia de retirada dos seios.
“Minhas cicatrizes são os meus troféus de sobrevivência”, conta a telefonista que, em outubro de 2011, descobriu por meio de autoexame a existência de nódulos nos seios. As avaliações médicas realizadas à época confirmaram a suspeita de câncer, doença que já tinha vitimado duas pessoas da família. “Essa história do câncer me acompanha há anos. A minha avó faleceu por conta dele, minha mãe faleceu aos 48 anos também por conta dele. Nós já sabíamos como lidar com a situação”, lembra Sílvia, sobre a identificação da doença.
Um mês após a descoberta do câncer, Sílvia Borges passou pela mastectomia, cirurgia caracterizada pela retirada completa da mama. No caso dela, das duas. “Eu passei os primeiros dias com curativo. Eu evitava olhar. Foi difícil na hora entender que eu estava mutilada. Sabia que eu era um ser humano maravilhoso, mas mulher eu sentia que não era mais. Chorei muito, mas depois uma força me tomou e adquiri respeito por essas cicatrizes. Não são bonitas, mas eu as vejo com olhos da alma de quem sobreviveu”, declara.Três anos após a cirurgia, Sílvia lembra que logo após a retirada dos seios, ela foi submetida à uma operação de reconstrução de uma das mamas, mas acabou sofrendo uma infecção. “A reconstrução nunca me encheu os olhos, mas aceitei. Hoje, não sinto mais necessidade. Existe uma sensatez muito grande da minha parte. Quero abrir a janela e ver o meu dia colorido. Não importa se não tenho peito. Importa o coração estar batendo e eu estar com saúde. Tudo vale a pena e nada é por acaso”, declara.
Foi com esse espírito que ela relata ter participado de um ensaio fotográfico produzido pelas amigas Tania e Danielle Oliveira, mãe e filha que são sócias de uma produtora de fotografias. “Nesse ensaio, eu tentei conter as emoções. A proposta era de um ensaio sensual. Mergulhei de cabeça e elas me deixaram a vontade. Eu fiquei maravilhada com o resultado. Não paro de olhar as fotos. Foi recompensador”, atesta.
Danielle Oliveira, que fez as fotografias junto com a mãe, disse que o momento guarda emoções inesquecíveis. “Foi tudo lindo e emocionante. Muitas mulheres estão se identificando com a história. A gente não tinha noção da repercussão”, destaca, ao apontar que ação foi pensada justamente para ajudar outras mulheres que sofreram da doença a renovar a autoestima.
Fonte: G1
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